terça-feira, 19 de maio de 2015

Minha família, minha base

“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” (Deuteronômio 6:6,7).

                Lendo esse texto, fiquei pensando na minha criação e na minha família. Tenho algumas memórias que sempre estarão no meu coração e delas, fazem parte a minha família.
                Lembro-me de quando meu pai trabalhava em uma fábrica de cimento e eu o esperava no horário que ele estava acostumado a chegar. Eu via de longe quando meu pai estava vindo na bicicleta e ia encontrá-lo. Fiz isso muitas e muitas vezes. Dizem que eu descia o morro e meu pai subia empurrando a bicicleta comigo na garupa (não me lembro dessa parte). O que não me esqueço é que ele costumava trazer umas balas, chocolates... disso eu não me esqueço (será por quê?). Será que meu maior interesse estava em estar com ele, em subir na garupa da bicicleta ou em pegar os doces? Sinceramente, não sei.
                Claro que também tenho memórias da minha mãe e dos meus dois irmãos. Da minha mãe, não tem como pensar no passado e não me lembrar de quando ela estava nos cultos, tocando órgão para acompanhar a Igreja. Também não tem como não me lembrar de quando ensinava a classe das crianças, da qual eu fazia parte. Alguns cânticos infantis antigos que sei, aprendi com ela, minha mãe.
                Pensando nos dois juntos, tenho plena convicção do quanto foram importantes para minha formação e sei que o que sou hoje é fruto da criação dos dois. Meus pais sempre se preocuparam com a boa criação dos filhos. Sempre fomos instruídos no caminho de Deus e sempre fomos ensinados que deveríamos ser boas pessoas.
                Minha família é minha base. Sempre vi meus pais trabalhando na Igreja, fui ensinado a ser um servo de Deus, aprendi valores, levei broncas (muitas até sem merecer) e, por isso, hoje sou um servo de Deus querendo crescer cada vez mais. Meu pai prega desde muito jovem e hoje é meu pastor. Minha mãe sempre esteve envolvida com a Igreja, especialmente no trabalho com as crianças, além de tocar. Hoje, ela continua trabalhando com crianças e é líder das mulheres de nossa Associação.
                Hoje, prego, faço parte do louvor da igreja, sou professor da EBD e sei que ainda preciso melhorar muito (e vou melhorar). O melhor de tudo isso é olhar para o lado e ver meu irmão mais novo tocando e cantando comigo. Meu irmão mais velho também é um servo do Senhor. Meus sobrinhos estão sendo criados como servos do Senhor. A Bíblia não falha: a descendência do justo é abençoada.
                Tenho que agradecer a Deus por ter sido criado numa família cristã, pois muitos não têm esse privilégio. Tenho que agradecer a Deus por ter pais que sempre levaram Deus a sério e me instruíram da mesma forma. Tenho que agradecer a Deus porque meus pais sempre me levaram aos cultos (ainda que eu não estivesse com vontade de ir). Tenho que agradecer a Deus porque, tendo pais como os meus, hoje sou um cristão convicto e defendo minha fé por onde passo.
                Pais, instruam seus filhos nos caminhos de Deus, vivam o que vocês ensinam e verão seus filhos crescendo e seguindo o mesmo caminho: Jesus. A família é a base. Minha família é minha base. Tudo que sou começou com os ensinamentos recebidos desde quando eu era criança e hoje sou o que sou. Sejam a base da sua família! Deus nos abençoe!

Wanderson Miranda de Almeida.

Publicado em "O Jornal Batista", edição de 31/05/2015.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A pecadora, os religiosos e Jesus

E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais. (Jo 8.10-11)

                Olhando o texto de João 8.1-11, a primeira coisa que pensei foi a seguinte: vou mudar a ordem do que vou escrever. O texto começa falando dos religiosos que trouxeram a mulher. Eu quero, primeiramente, falar da mulher.
                Bem, a primeira coisa que quero dizer é que aquela mulher era uma pecadora, sei que você já sabe disso. A segunda coisa que quero dizer é que todos nós somos pecadores e sei que você também já sabe disso. Então, por que estou dizendo o que você já sabe? Porque não adianta saber algo e não ser influenciado pelo que sabemos.
                Você já foi acusado em público? Você já passou por uma experiência como a dessa mulher? Olha, é muito chato quando alguém chama a nossa atenção no meio dos outros. E se nos chamam a atenção por algo grave? Pior ainda! Você consegue imaginar como estava o coração daquela mulher que é chamada de “mulher adúltera” no título do capítulo de algumas Bíblias? Os religiosos chegaram trazendo aquela mulher e diz o texto: “E, pondo-a no meio...” (v. 4). Essas palavras não me soam bem. A versão Nova Tradução na linguagem de hoje diz assim: “... e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos...” (v. 3). No meio do povo, acusada de adultério... Certamente, a vergonha dela era enorme e o sofrimento também. Não é o tipo de situação que traga alegria. E, para completar, os religiosos fizeram questão de dizer: “E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas.”. Ela estava no meio do povo, sendo acusada de ter sido pega adulterando e ouvindo que a lei mandava os adúlteros serem apedrejados. Sei que ela estava mal.
                Agora, quero falar sobre os religiosos. Não vou ficar dando detalhes sobre escribas e fariseus, os religiosos. Apenas quero pensar sobre a atitude desse grupo tão “nobre”! Um fato interessante é que, na verdade, os religiosos não estavam preocupados com o pecado daquela mulher. O versículo 6 diz que eles queriam tentar o Mestre Jesus para terem de que acusá-lo. Outro fato interessante é que a lei dizia que tanto o homem quanto a mulher pegos em adultério deveriam ser punidos. Por que eles não levaram o homem? Fazendo isso, já estavam violando a lei. Não sei por que não o levaram mas algo errado havia nisso.
                Religiosos. Religiosos que se achavam rigorosos. De que adianta ser religioso e não conseguir nem conhecer o Filho de Deus? De que adianta ser tão rigoroso e, na verdade, esconder erros, pecados, falhas, deixar de ouvir os ensinamentos que sempre nos são dados na Igreja? Jesus estava ensinando no templo mas os “religiosos” não foram lá para aprender nada. Foram para acusar! Não é assim hoje também? Há pessoas que frequentam cultos, templos, reuniões cristãs mas não para aprender. Essas pessoas não vão lá para cultuar mas para acusar os outros. “Religiosos acusadores”. Você conhece alguém assim? Você conhece algum “crente” que vive procurando erros nos outros para entregá-los ao pastor ou à igreja?  Nossa! Que coisa linda! Que atitude fantástica! Que ironia de minha parte, claro! Ser religioso não vale nada! Essas atitudes são ridículas e não são as esperadas pelo Mestre. Ele demonstrou o que devemos fazer.
                Jesus. Eu não conseguiria resistir tanto tempo sem dizer nada. O texto diz que enquanto os religiosos insistiam em querer uma resposta, Jesus estava inclinado, escrevendo na terra (v. 6). Mas, como eles queriam uma resposta e insistiam, Jesus disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (v. 7). Nossa! Esse é Jesus! E fico fazendo uma ideia de como ficaram os “religiosos acusadores” naquele momento. Não esperavam por uma resposta dessa. Jesus voltou a inclinar-se e escrever na terra. E os religiosos acusadores? Diz o texto: “quando ouviram isto, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio” (v. 9).
                Os religiosos acusadores não puderam apedrejar aquela mulher. Eles também eram pecadores como eu e você. Lembra-se de que falei disso lá no início? Se você é daqueles que gostam de ficar vigiando a vida dos outros, pare! Se você é daqueles que gostam de ficar procurando pecados na vida dos outros, pare! Eu sou pecador, você é pecador, todo ser humano é pecador. Você não entendeu isso ainda? Não estou defendendo que cristãos devem viver pecando. Não sou tolo e conheço o bastante da Bíblia para não falar isso, mas também não posso aceitar que os “cristãos” fiquem por aí laçando pessoas para serem entregues ao tribunal divino. A Bíblia diz que devemos imitar Jesus, andar como Ele andou e sabe como Ele fez nesse texto? Foi assim: “... Nem eu também te condeno: vai-te e não peques mais” (v. 11). Não tem como não amar Jesus!
                O mundo está repleto de pecadores. Alguns, remidos e lavados no sangue do Cordeiro; outros, ainda nem sabem como é isso ou não creem nisso. Mas um problema grave que contemplo é o peso que alguns “cristãos” colocam sobre essas pessoas. Elas não precisam de nossas acusações, muito menos  do nosso julgamento, já que não temos condições de mandar ninguém para o céu ou para o inferno. Nós, que somos do Senhor, temos que acolher essas pessoas, abraçá-las, andar com elas, mostrar-lhes o caminho e falar como Jesus: “... Nem eu também te condeno: vai-te e não peques mais”. Deus nos abençoe!

Wanderson Miranda de Almeida

Publicado em O Jornal Batista - 21/06/2015

http://estudos.gospelmais.com.br/pecadora-os-religiosos-e-jesus.html