Não, o título não é para chamar atenção e nem está
no sentido figurado. Estou doente mesmo, meu corpo está com problemas e faço
tratamento. Mas, por que resolvi escrever sobre isso?
Primeiro: porque sei que existem muitas pessoas
sofrendo com enfermidades por aí, banais ou graves, passageiras ou não e quero
lembrar-lhes que, enquanto estivermos nesse mundo, isso é normal, sendo elas
cristãs ou não.
Segundo: porque muitas pessoas deixam de viver
quando descobrem que estão doentes. Você deve conhecer alguém que fez isso ou,
no mínimo, já ouviu falar de alguém que agiu assim. Bem, essa atitude só faz a
situação piorar. Minha enfermidade me traz alguns problemas e, dentre eles,
prejudica minha relação com a escrita: eu e a caneta não nos entendemos muito
bem. Às vezes, quando vou escrever, minha letra sai como uma letra de uma
criança que ainda não consegue dominar um lápis, ainda está se acostumando com
esse novo objeto em sua vida e, para complicar um pouco mais, sou professor.
Esta profissão e essa enfermidade não combinam nada. Lembro-me que por volta de
2011, minha mãe preenchia meus diários porque eu mal conseguia escrever, tremia
muito, a caneta escapava, então, precisei de ajuda. Hoje, apesar de não estar
totalmente curado, consigo fazer minhas coisas, mesmo não tendo uma letra
bonita e tendo que escrever bem devagar.
O mesmo problema me atrapalha a tocar. Sim,
especialmente instrumentos de cordas. Toco violão – apesar de não ser
profissional – e sei das minhas limitações, ainda que as pessoas não notem.
Para fazer acompanhamento, não influencia quase nada, se eu não estiver tenso.
Se eu ficar tenso, o problema fica pior. Agora, para fazer solos no violão ou
na guitarra, tenho plena convicção de minhas limitações. Movimentos rápidos
nunca serão alcançados por mim enquanto esse problema persistir, ainda que eu
treine muito. Também toco um pouco de teclado, mas, nesse caso, o problema
afeta bem menos.
Bem, só escrevi essas coisas para você entender que
eu não parei de viver por causa disso. Não parei de trabalhar como professor,
não parei de tocar na Igreja e vou enfrentando a vida numa boa. Minha
enfermidade traz mais alguns sintomas, mas não há necessidade de comentar mais
nada, já que vejo, constantemente, pessoas enfrentando câncer e outras doenças
terríveis, com um sorriso nos lábios e uma grande motivação. Essas pessoas dão
valor à vida, querem viver e lutam até o fim.
Terceiro: para lembrar a todos que Deus está
conosco todos os dias e nossa vida deve ser para a glória dele. Muitos estão
doentes, muitos estão sãos, mas todos devem viver para o Senhor. O enfermo não
sabe se será curado. Isso deve trazer reação negativa? Claro que não. Já que
não sabe, por que não pensar no melhor? Por que não olhar para a frente com fé
em Deus? Por que se trancar em um quarto escuro e dizer: “Oh, mundo cruel!”?
Não sei se serei curado mas vivo para Deus, olho para a frente, penso em dias
melhores, penso no Paraíso e prossigo olhando para Jesus, autor e consumador da
nossa fé.
Wanderson
Miranda de Almeida