domingo, 10 de dezembro de 2017

Orgulho x Humildade



“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”
(Lucas 18.9-14).

Essa história não é desconhecida. Lidamos com isso todos os dias. Se não vemos de perto, podemos assistir pela TV. O orgulho e a humildade estão à nossa volta.
A parábola usada por Jesus mostra o contraste entre a atitude do fariseu, representante dos religiosos, e a do publicano, representante dos pecadores.
É interessante ler a quem é dirigida a parábola, de acordo com o versículo 9: “E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros” (Lucas 18.9). Pessoas que se achavam e que desprezavam os outros, seja por qualquer motivo. Só falta você dizer que não conhece ninguém assim. Eu não acredito!  
Quando Jesus fala sobre a oração do fariseu, conseguimos ver o orgulho borbulhando! O fariseu já começou agradecendo por não ser como os demais homens e, ao falar isso, citou os pecados desses homens: “roubadores, injustos e adúlteros”. Ele se achava!
Mas para ele, isso ainda era pouco. Agora ele diz: “nem ainda como este publicano” e então, cita duas de suas virtudes: “jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo”. “Esse cara sou eu”, pensava ele, sem saber que Roberto Carlos diria isso um dia sobre si – rs.
O fariseu, no templo, em uma oração, conseguiu demonstrar o quanto era orgulhoso. Há muitas pessoas orgulhosas desse mesmo jeito. Há muitos que se acham melhores que os outros por causa da raça, do poder financeiro, do sexo, do nível educacional, dos talentos que possui... Quanta falta de maturidade! Ninguém é melhor que ninguém. Todos nós somos seres humanos imperfeitos e carentes da graça de Deus.
É bom frisar a questão religiosa. Quanta gente perdida dentro das igrejas! Quanta gente imatura dentro das igrejas! Quanta gente orgulhosa dentro das igrejas! Quantos fariseus dentro das igrejas! Pessoas que se escondem atrás de uma religião e se acham por causa disso. Cegas como o fariseu. Lamentável!
E o publicano? Mal visto pela sociedade, mas com uma atitude completamente diferente da do fariseu. Veja: “O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! (Lucas 18.13). Com essa oração, demonstrou toda sua piedade, sem contar a consciência de que não somos nada diante da presença de nosso Deus. Só podemos clamar mesmo: “tem misericórdia de mim, pecador!”.
Eu sou um pobre e miserável pecador. Você é um pobre e miserável pecador. Todos os seres humanos são pobres e miseráveis pecadores. O reconhecimento disso nos leva a agir de forma humilde. Tendo essa visão, ninguém vai querer aparecer ou se achar melhor que o outro. Quando entendemos essa verdade, agimos de forma natural com todos, pois vemos o próximo da mesma forma que nos vemos.
Como consequência de suas atitudes, o publicano teve seu culto aceito e o fariseu, não. Por quê? O versículo 14 responde: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”.
A recompensa da humildade é a exaltação. A “recompensa” do orgulho é a humilhação. Quer ser exaltado? Humilhe-se, reconheça que não é ninguém, e Deus irá exaltá-lo.
Que Deus dê a cada um de nós um coração humilde como o do publicano.

Wanderson Miranda de Almeida, escritor.

sábado, 11 de novembro de 2017

Igreja: membros pecadores e pastores frouxos!



A Igreja de Jesus está contaminada. O pecado é um câncer que tem se desenvolvido cada vez mais rápido no meio do povo de Deus. A pureza da noiva de Cristo parece não mais existir, quando olhamos para a igreja e tentamos ver nela o que a Bíblia diz que deveríamos ver. Santidade? Nosso povo parece não conhecer o que é isso. Talvez não conheça mesmo! Crentes sem compromisso com Deus e com a Palavra, mas seriamente comprometidos com o pecado, sem nenhuma vontade de abandoná-lo.
Mas que tipo de pecado podemos encontrar no meio do povo que se diz de Deus? Infelizmente, todo tipo! Adultério, maledicência, impureza, avareza, idolatria, inimizades, brigas, bebedices, desobediência a Deus e aos líderes... Na verdade, toda a lista de pecados existentes.
A situação da igreja é grave. Mas por que digo isso? Porque além de estar contaminada, não se incomoda. O homem que está traindo sua esposa participa normalmente dos cultos como se nada estivesse acontecendo. Da mesma forma, a mulher que está traindo seu marido. Adúlteros que não são incomodados pelo seu pecado! Pessoas que bebem e causam escândalo entram no templo sem nenhum tipo de constrangimento. Sem continuar com os exemplos, a questão é: os membros da igreja de Jesus estão alimentando seus pecados, vivendo na carne, sentem prazer no pecado, não se incomodam por estar vivendo totalmente fora do padrão estabelecido por Deus e continuam como membros da igreja local, sem que nada seja feito. A igreja não toma providências. Isso não pode continuar assim!
No meio dessa situação caótica, penso nos pastores. Homens escolhidos por Deus para liderar o rebanho do Senhor, para ensinar a Palavra, para guiar o povo pelo caminho correto. Onde estão esses homens? O que eles estão fazendo? Por que não tomam providências? Se a igreja é imatura e aceita o pecado, o pastor está aí para acabar com essa zona! Exatamente isso: zona! Mas a maioria tem se calado.
Alguns pastores não tomam providências porque não querem ficar estressados, não querem perder a saúde. Outros não tomam providências porque não querem arrumar problemas com a família de quem está no erro. Há aqueles que não fazem nada porque acreditam que o tempo vai resolver a situação. E ainda há aqueles que não fazem nada por medo. Medo de tudo e de todos. Pior ainda, não gostam quando algum membro da igreja diz que eles precisam tomar providências. Dizem que esse tipo de membro atrapalha a vida da igreja. É mole? O membro que enxerga o que deve ser feito é o causador do problema, pastores? Parem com isso!
Pastores frouxos! Isso é o que muitos têm sido. Pastores medrosos, covardes, sem unção, sem compromisso com Deus, sem compromisso com a Palavra, sem compromisso com a santidade e a pureza da igreja de Cristo. Pastores que não agem com a autoridade que lhes foi concedida por Deus. Pastores que não estão sendo dignos da missão que Deus lhes confiou.
Que Deus tenha misericórdia de Sua igreja e desses pastores que agem dessa forma!

Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios!



“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!” (Sl 1.1 – NVI). 
 
Como ser feliz de acordo com esse versículo?
Não seguindo o conselho dos ímpios. Seguir o conselho de quem não teme a Deus não é uma boa coisa. Como seguir conselhos de quem vê a vida sob uma ótica carnal? Como seguir conselhos de quem não busca a sabedoria divina? Fazer isso é entrar por um caminho que não trará felicidade. Fazer isso é viver uma vida longe do Criador.
Se é para buscar conselhos, que esses conselhos sejam buscados na Palavra de Deus ou com pessoas maduras e tementes ao Senhor. Esses conselhos, sim, farão diferença na nossa vida.
Não imitando a conduta dos pecadores. Infelizmente, os pecadores têm sido imitados. Fico muito triste quando vejo pessoas imitando aqueles que vivem do jeito que o diabo gosta. E para dizer a verdade, eles são os mais imitados. O cabelo daquele jogador, a roupa daquela atriz, a dança sensual daquela cantora… Você tem visto isso? Eu tenho visto e, pior, por meio de crianças. Qual será o futuro dessas crianças que são aplaudidas por imitarem as celebridades? Não é nada promissor, tenho certeza.
Se é para imitar alguém, que imitemos Jesus, o Filho de Deus. Você conhece alguém melhor para ser imitado? Tenho visto muitas pessoas endeusando homens e mulheres, dizendo tantas coisas bonitas sobre eles, que parecem que eles são deuses, são perfeitos. Há muito para imitar nas pessoas. Normalmente, as pessoas têm qualidades e estas podem ser imitadas, mas não vamos endeusá-las por causa disso. Jesus foi o único que passou por este mundo sem pecar e é nosso melhor modelo. Que tal imitá-lo?
Não se assentando na roda dos zombadores. Parece brincadeira, mas tem muito “cristão” perdendo tempo na roda dos zombadores. Às vezes nem dá para saber se o indivíduo é cristão ou não, já que ele se junta com os zombadores e, quando está naquela roda da zombaria, parece que está na sua zona de conforto, no lugar que se sente bem, até mesmo ajudando a zombar de tudo que diz respeito a Deus e à Sua Palavra. O salmista disse isso. Você já imaginou se ele visse o que temos visto hoje?
Se é para se assentar com alguém, que seja com cristãos, pessoas comprometidas com Jesus e com o Reino de Deus. Não estou falando que não podemos bater um papo com pessoas incrédulas, pelo contrário, precisamos estar com elas e falar de Jesus e a salvação que Ele oferece. A questão é que não podemos perder tempo com coisas ou pessoas que não edificam. “O mundo está no maligno” e nós precisamos buscar forças ao lado de pessoas tementes ao Senhor, que tenham conversas agradáveis e espirituais. Não nascemos para pertencer ao grupo dos zombadores, mas, sim, daqueles que vivem para a glória de Deus.
De acordo com o salmo 1, ser feliz é não seguir o conselho dos ímpios, não imitar a conduta dos pecadores e nem se assentar na roda dos zombadores. Que façamos isso!

sábado, 14 de outubro de 2017

“Essa gente incômoda”, graças a Deus!



Dia 7 de outubro de 2017. Acabei de ler o artigo de J. R. Guzzo, revista Veja, site: http://veja.abril.com.br/revista-veja/essa-gente-incomoda/. Neste artigo, o jornalista chama os evangélicos de “gente incômoda”, de acordo com a opinião das “classes mais altas”, “as mais civilizadas”. Na sua ignorância, essas classes não sabem que os evangélicos têm de incomodar mesmo. Não é incomodar para aparecer ou por ser desqualificado para viver na atual sociedade, mas é incomodar por defender o evangelho bíblico, a mensagem da Palavra de Deus. A Bíblia esclarece isso: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Timóteo 3:12). Esse incômodo existente nas classes citadas acontece quando os evangélicos querem defender a vontade de Deus, os princípios bíblicos imutáveis e inegociáveis.
Guzzo, logo no início, deixa bem claro que a liberdade religiosa no Brasil é algo que causa problemas. Segundo ele, já que “nossas classes mais altas”, as “que se consideram as mais civilizadas”, não aceitam os evangélicos, só os bobos e hipócritas podem aceitar. Ele só não esclarece a quem se refere quando fala de “classes mais altas”. Será que está falando dos grandes políticos de nossa nação, esses que têm feito o Brasil virar motivo de chacota para todo o mundo? Será que ele está falando dos “grandes intelectuais de nosso tempo”? São intelectuais mesmo? Por quê? Deve ser porque são grandes pensadores, têm grandes ideias, filosofam com bastante propriedade... mas sobre vida espiritual, vida com Deus... Bem, de qualquer forma, ele não esclareceu nada, então vamos deixar isso de lado.
Continuando o artigo, Guzzo fala da insatisfação “das classes mais altas” com os evangélicos por causa de vários temas, como: sexo, educação moral e a questão do relacionamento homossexual.
Não fico admirado por ele citar essas coisas, afinal, o clima tem andado tenso nos últimos dias. Um grande Banco patrocinou uma “exposição artística” do jeito que o diabo gosta; um Museu de Arte de São Paulo colocou um homem nu deitado no chão, e uma mulher incentivou uma criança a chegar perto do homem e tocá-lo; a televisão já decidiu, especialmente através das novelas, que devemos aceitar a ideologia de gênero, que isso é algo natural... Mas Deus não pensa dessa forma:“Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm (Romanos 1.26-28). Que mundo é esse? Um mundo entregue aos próprios desejos. As pessoas perderam a noção das coisas, perderam o senso, acham que tudo está certo, que cada um pode fazer o que quiser e pronto, mas os evangélicos estão aqui para lutar contra isso e para lembrar que um dia todos compareceremos perante o tribunal divino.
O artigo demonstra que o povo realmente está incomodado com a igreja evangélica. O articulista fala dos mercenários da fé, daqueles que roubam dos fiéis. O problema é que “os intelectuais” só enxergam isso nas igrejas evangélicas. Ele chega a dizer que “há tanto joio nas igrejas evangélicas que fica difícil, muitas vezes, achar o trigo”. Na verdade, isso tem acontecido mesmo, mas não é só nas igrejas evangélicas. Isso é bíblico, não ofende de forma alguma ao conhecedor da Palavra de Deus, mas cabe ressaltar que há roubo escancarado em todas as instituições do mundo. E se quiser falar de igreja, a chamada por muitos de “igreja verdadeira” também não fica atrás. Quem acompanha as notícias tem visto os escândalos variados que estão sendo descobertos nessa instituição. Quando pegamos um livro de História, também ficamos chocados com tudo que já aconteceu na “igreja verdadeira”. Há muito joio em todas as chamadas “igrejas”, mas o trigo também está presente.
O jornalista ainda fala sobre o dízimo, demonstrando toda a ignorância do povo sobre o assunto e parte para a conclusão de seu texto. Começa falando da impaciência das “cabeças corretas” deste país ao ver o crescimento dos cultos evangélicos, mas novamente não diz quem são “as cabeças corretas”. Será por quê? Seria medo de retaliação? Não sei.
Tentando fechar com chave de ouro, deixa bem claro que o desejo “dos intelectuais” é que os evangélicos não existissem.
Se você defende a “arte incômoda”, digamos, tem de estar preparado para conviver com a “religião incômoda”. Em todo caso, para quem não gosta dessas realidades, é bom saber que os evangélicos, muito provavelmente, são um problema sem solução.
Os evangélicos não vão deixar de existir mesmo. Mas nós não somos “um problema”. Nós somos a solução para um mundo que está “no maligno” e por isso não pode perceber, distorcendo os fatos.
Deus quer os evangélicos neste mundo como embaixadores do Seu Reino e defensores da mensagem bíblica, a Palavra de Deus. O problema é que viver dessa forma deixa o povo “transtornado”, “alvoroçado”, “incomodado”: “E, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui” (Atos 17:6).
Bem, sou evangélico e fico feliz por fazer parte daqueles que estão lutando contra tudo aquilo que desagrada ao Senhor. Faço parte dessa “gente incômoda”, graças a Deus!

Wanderson Miranda de Almeida.