Dia 7 de outubro de 2017. Acabei de ler o artigo de J.
R. Guzzo, revista Veja, site: http://veja.abril.com.br/revista-veja/essa-gente-incomoda/.
Neste artigo, o jornalista chama os evangélicos de “gente incômoda”, de acordo
com a opinião das “classes mais altas”, “as mais civilizadas”. Na sua ignorância,
essas classes não sabem que os evangélicos têm de incomodar mesmo. Não é
incomodar para aparecer ou por ser desqualificado para viver na atual
sociedade, mas é incomodar por defender o evangelho bíblico, a mensagem da
Palavra de Deus. A Bíblia esclarece isso: “E
também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições” (2 Timóteo 3:12). Esse incômodo existente nas classes citadas
acontece quando os evangélicos querem defender a vontade de Deus, os princípios
bíblicos imutáveis e inegociáveis.
Guzzo, logo no início, deixa bem claro que a liberdade
religiosa no Brasil é algo que causa problemas. Segundo ele, já que “nossas
classes mais altas”, as “que se consideram as mais civilizadas”, não aceitam os
evangélicos, só os bobos e hipócritas podem aceitar. Ele só não esclarece a
quem se refere quando fala de “classes mais altas”. Será que está falando dos
grandes políticos de nossa nação, esses que têm feito o Brasil virar motivo de
chacota para todo o mundo? Será que ele está falando dos “grandes intelectuais
de nosso tempo”? São intelectuais mesmo? Por quê? Deve ser porque são grandes
pensadores, têm grandes ideias, filosofam com bastante propriedade... mas sobre
vida espiritual, vida com Deus... Bem, de qualquer forma, ele não esclareceu
nada, então vamos deixar isso de lado.
Continuando o artigo, Guzzo fala da insatisfação “das
classes mais altas” com os evangélicos por causa de vários temas, como: sexo,
educação moral e a questão do relacionamento homossexual.
Não fico admirado por ele citar
essas coisas, afinal, o clima tem andado tenso nos últimos dias. Um grande
Banco patrocinou uma “exposição artística” do jeito que o diabo gosta; um Museu
de Arte de São Paulo colocou um homem nu deitado no chão, e uma mulher
incentivou uma criança a chegar perto do homem e tocá-lo; a televisão já
decidiu, especialmente através das novelas, que devemos aceitar a ideologia de
gênero, que isso é algo natural... Mas Deus não pensa dessa forma:“Por isso Deus os abandonou às paixões
infames. Porque até as suas mulheres mudaram
o uso natural, no contrário à
natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade
uns para com os outros, homens com homens, cometendo
torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se
importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento
perverso, para fazerem coisas que não
convêm” (Romanos 1.26-28). Que mundo é esse? Um mundo entregue aos
próprios desejos. As pessoas perderam a noção das coisas, perderam o senso,
acham que tudo está certo, que cada um pode fazer o que quiser e pronto, mas os
evangélicos estão aqui para lutar contra isso e para lembrar que um dia todos
compareceremos perante o tribunal divino.
O artigo demonstra que o povo realmente está
incomodado com a igreja evangélica. O articulista fala dos mercenários da fé,
daqueles que roubam dos fiéis. O problema é que “os intelectuais” só enxergam
isso nas igrejas evangélicas. Ele chega a dizer que “há tanto joio nas igrejas evangélicas que fica difícil, muitas vezes,
achar o trigo”. Na verdade, isso tem acontecido mesmo, mas não é só nas
igrejas evangélicas. Isso é bíblico, não ofende de forma alguma ao conhecedor
da Palavra de Deus, mas cabe ressaltar que há roubo escancarado em todas as
instituições do mundo. E se quiser falar de igreja, a chamada por muitos de
“igreja verdadeira” também não fica atrás. Quem acompanha as notícias tem visto
os escândalos variados que estão sendo descobertos nessa instituição. Quando
pegamos um livro de História, também ficamos chocados com tudo que já aconteceu
na “igreja verdadeira”. Há muito joio em todas as chamadas “igrejas”, mas o
trigo também está presente.
O jornalista ainda fala sobre o dízimo,
demonstrando toda a ignorância do povo sobre o assunto e parte para a conclusão
de seu texto. Começa falando da impaciência das “cabeças corretas” deste país
ao ver o crescimento dos cultos evangélicos, mas novamente não diz quem são “as
cabeças corretas”. Será por quê? Seria medo de retaliação? Não sei.
Tentando fechar com chave de ouro, deixa bem claro
que o desejo “dos intelectuais” é que os evangélicos não existissem.
Se você defende a “arte
incômoda”, digamos, tem de estar preparado para conviver com a “religião
incômoda”. Em todo caso, para quem não gosta dessas realidades, é bom saber que
os evangélicos, muito provavelmente, são um problema sem solução.
Os evangélicos não vão deixar de existir mesmo. Mas
nós não somos “um problema”. Nós somos a solução para um mundo que está “no
maligno” e por isso não pode perceber, distorcendo os fatos.
Deus quer os evangélicos neste mundo como embaixadores
do Seu Reino e defensores da mensagem bíblica, a Palavra de Deus. O problema é
que viver dessa forma deixa o povo “transtornado”, “alvoroçado”, “incomodado”: “E, não os achando, trouxeram Jasom e alguns
irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado
o mundo, chegaram também aqui” (Atos 17:6).
Bem, sou evangélico e fico feliz por fazer parte
daqueles que estão lutando contra tudo aquilo que desagrada ao Senhor. Faço
parte dessa “gente incômoda”, graças a Deus!
Wanderson Miranda de Almeida.