domingo, 26 de agosto de 2018

Lições da Parábola do Filho Pródigo


“E disse: Um certo homem tinha dois filhos;
E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lc 15.11-13).

         Escolhas equivocadas. Uma das coisas que aprendo com essa parábola é que devemos ter muito cuidado com nossas escolhas.
         Um dia, o filho mais novo pede sua parte da herança – e seu pai ainda estava vivo – e resolve sair de casa e ir para longe. Mas o pior não foi nem sair de casa, e sim, desperdiçar seus bens de forma desregrada. Ele partiu para a bagunça, para a baderna e não pensou nas consequências dos seus atos.
         Vejo muitas pessoas hoje que fazem a mesma coisa: tomam decisões precipitadas, não pensam nas consequências e se dão mal, muito mal. Você tem pensado antes de tomar decisões?
         Consequências das más escolhas. Depois de partir e viver de forma desregrada, o filho pródigo ficou sem dinheiro. Você conhece alguém que ficou sem dinheiro por viver assim? Já assisti a noticiários completos falando de pessoas que ficaram sem nada por não ter limites, por viver de forma desregrada, “dissolutamente”.
         O filho da parábola pegou uma quantia enorme de dinheiro, mas não durou muito tempo. Ele não tinha sabedoria, nem limites: “E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades” (Lc 15.14). Alguém que fora rico começa a passar fome como consequência de suas más escolhas. Você já sofreu por ter escolhido mal? Escolhas erradas podem trazer grandes problemas.
         Olhe como a situação ficou crítica: “E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada” (Lucas 15.15-16). Ele fora rico, agora desejava encher a barriga com a comida dos porcos, porque não tinha mais nada. Que humilhação! Que situação! E para complicar, “ninguém lhe dava nada”. Uma das consequências das más escolhas pode ser o abandono. Há pessoas que estarão do seu lado enquanto estiverem ganhando algo de você, mas quando você começar a precisar de ajuda, será abandonado. Virarão as costas para você e não lhe darão nada.
         Dá para voltar. “E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros” (Lc 15.17-19). Numa época onde tem aumentado o número de suicídios, quero lhe dizer: Dá para voltar atrás! O filho pródigo parou, pensou e decidiu que iria voltar para o pai.
         Sei que muitos dirão que não dá para voltar atrás em tudo, mas na maioria das vezes dá. Colocar a cabeça no lugar, pensar na decisão equivocada e começar tudo de novo pode ser o caminho para um belo recomeço.
         Humildade. Gosto muito de como ele se propõe a voltar para o pai: “Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros”. Há pessoas que voltariam com a maior marra. Tem gente que não muda nem depois de quase “comer as bolotas que os porcos comem”. Se você precisa consertar algo que fez de errado, volte com humildade, reconheça que errou, e tenho certeza que as coisas vão mudar.
         Precisamos dar amor a quem errou. “E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou” (Lc 15.20). Sinceramente, conheço muita gente que receberia aquele que errou com um pedaço de pau ou com um grande sermão, mas como o pai o recebeu? “lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou”. Dá para perceber a diferença? Eu quero ser recebido assim quando errar, então, tenho o dever de receber da mesma forma aquele que errou.
         Mas não parou por aí: “E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se” (Lc 15.21-24). Não foi “só” um beijo e um “voo ninja”  no pescoço, mas o pai mandou preparar-lhe uma festa. Entendeu, querido? Ele nem prestou atenção no que o filho disse, tamanha era sua felicidade. Precisamos aprender com o pai desse rapaz.
         Sempre tem alguém do contra. “E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar. E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se” (Lucas 15:25-32).
         O filho mais velho não ficou nada feliz com a situação, mas isso é novidade para você? Aquele versículo que diz “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” não é muito popular em nosso tempo. Quer dizer, parece que sua prática nunca foi algo muito fácil.
         A inveja do irmão apareceu de forma acentuada. Ele não estava interessado no retorno do irmão mais novo. Ele pensava nele mesmo: “Cadê minha festa?”, “Sempre fui um exemplo e não ganhei nada”... Não vale a pena gastar mais algumas linhas com isso, certo? O choro é livre! Ainda hoje muitos fazem a mesma coisa que o irmão mais velho fez. Seu mal exemplo invade nosso mundo carnal.
         Os invejosos não podem tirar nossa alegria. O pai daqueles dois nem ligou para o que o filho mais velho estava falando, queria era festejar. Sabe de uma coisa? Ele estava totalmente certo. Não podemos dar atenção a mentes invejosas e pequeninas como aquela. Tem muita gente perdendo a saúde por causa dos outros. Vou dizer a verdade: Já me preocupei muito com os ladrões de alegria alheia, mas parei com isso. Espero que você também pare, pois Deus nos quer bem da mesma forma que ficou o pai do filho pródigo com seu retorno. Vamos festejar?
        
Wanderson Miranda de Almeida.

“Eu não sou Daniel na cova dos leões!”


Eu não me lembrava mais do motivo que havia levado Daniel à cova dos leões; você se lembra?
Peguei minha Bíblia e fui ler o texto que se encontra em Daniel 6. Não encontrei nenhuma novidade. O motivo foi inveja, o que é bem comum em todas as áreas da nossa vida.
Daniel era muito bem visto na Babilônia. Ele era tão bem visto que o rei Dario estava pensando em colocá-lo à frente de todo o império. Claro que muitos ficaram com inveja, não queriam que isso ocorresse de forma alguma e procuraram um jeito de se livrar de Daniel, mas não encontraram: “Diante disso, os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram. Não puderam achar falta alguma nele, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente” (Daniel 6.4).
Sendo assim, esses homens “muito legais” decidiram procurar na lei do Deus de Daniel: “E assim os supervisores e os sátrapas de comum acordo foram falar com o rei: ‘Ó rei Dario, vive para sempre! Todos os supervisores reais, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores concordaram em que o rei deve emitir um decreto ordenando que todo aquele que orar a qualquer deus ou a qualquer homem nos próximos trinta dias, exceto a ti, ó rei, seja atirado na cova dos leões. Agora, ó rei, emite o decreto e assina-o para que não seja alterado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada’. E o rei Dario assinou o decreto” (Daniel 6.6-9).
É impressionante o que a inveja pode nos levar a fazer. Esses homens armaram o bote e conseguiram o que queriam, já que, Daniel, ao ficar sabendo do decreto assinado pelo rei, continuou orando normalmente ao Senhor: “Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém. Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer” (Daniel 6.10).
Aqueles homens, que pareciam não ter o que fazer, foram e encontraram Daniel orando, correram para falar com o rei e, mesmo triste, o rei teve que fazer valer o que ele havia decretado: “Então aqueles homens foram ver e encontraram Daniel orando, pedindo ajuda a Deus. Assim foram falar com o rei acerca do decreto real: ‘Tu não publicaste um decreto ordenando que nos próximos trinta dias todo aquele que fizesse algum pedido a qualquer deus ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei, seria lançado na cova dos leões?’ O rei respondeu: ‘O decreto está em vigor, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada’. Então disseram ao rei: ‘Daniel, um dos exilados de Judá, não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia’.
Quando o rei ouviu isso, ficou muito contrariado, e como estava decidido a salvar Daniel, até o pôr-do-sol fez todo o esforço que pôde para livrá-lo. Mas os homens lhe disseram: ‘Lembra-te, ó rei, que, conforme a lei dos medos e dos persas, nenhum decreto ou edito do rei pode ser modificado’.
Então o rei deu ordens, e eles trouxeram Daniel e o jogaram na cova dos leões. O rei, porém, disse a Daniel: ‘Que o seu Deus, a quem você serve continuamente, o livre!’” (Daniel 6.11-16).
         O rei ficou muito triste durante toda a noite porque gostava muito de Daniel. No dia seguinte, logo cedo, foi à cova dos leões; com a voz triste, chamou por Daniel, e, para sua alegria, Daniel respondeu - ele não havia morrido.
         Dario mandou que tirassem Daniel da cova e jogassem seus acusadores lá dentro. Esses homens não tiveram o mesmo sucesso de Daniel: “E por ordem do rei, os homens que tinham acusado Daniel foram atirados na cova dos leões, juntamente com as suas mulheres e os seus filhos. E, antes de chegarem ao fundo, os leões os atacaram e despedaçaram todos os seus ossos” (Daniel 6:24).
         A história de Daniel é uma história de fidelidade, mesmo diante do ataque daqueles que não conhecem a Deus. É interessante que prestemos atenção nisso. Em nenhum momento Daniel pensou em negar a sua fé ou abandonar a Deus, embora soubesse que poderia perder a sua vida por isso.
         Como recompensa por sua fidelidade, Deus poupou sua vida, exterminou seus acusadores e ainda fez o rei Dario reconhecer quem é o único Deus: “Então o rei Dario escreveu aos homens de todas as nações, povos e línguas de toda a terra: ‘Paz e prosperidade! ‘Estou editando um decreto para que nos domínios do império os homens temam e reverenciem o Deus de Daniel. ‘Pois ele é o Deus vivo e permanece para sempre; o seu reino não será destruído, o seu domínio jamais acabará. Ele livra e salva; faz sinais e maravilhas nos céus e na terra. Ele livrou Daniel do poder dos leões’”. (Daniel 6:25-27).
         Tenho um sobrinho que se chama Daniel. Ele ainda é uma criança. Quando me encontro com ele, falo assim: “E aí, Daniel na cova dos leões?”. Ele sempre me responde: “Eu não sou Daniel na cova dos leões!” - rs.
         Ele ainda é muito novo, não entende isso ainda, mas talvez possa dizer um dia: “Eu sou como Daniel na cova dos leões, um grande homem de Deus!”.

Wanderson Miranda de Almeida.